De repente - sem ser de repente - aos 43 a vida pára. As certezas que tínhamos não servem para um rascunho de uma comédia sem piada. Precisamos de ir buscar forças ás reservas que não temos. Todo o ser humano fragilizado fica cheio de medos e incertezas, é por isso que o estrago das violências cometidas sobre nós, é quase sempre de valor incalculável. Porque sou mãe e este ser pequenino de dois anos precisa de mim bem, inteira. Porque tenho uma casa e um amor que me escolheu para partilhar os dias. E o meu compromisso com eles, tem que ser maior do que qualquer nuvem ou dia inteiro cinzento. 

Procuro acreditar que os dias mais difíceis antecedem dias melhores.

Sobre o Amor


O Gil velhinho, com os filhos e os netos. Coisa mais linda.

As coisas da idade

Deixei de gostar de vestir preto. Não aprecio, de todo, tacões. Cabelo louro começa a soar melhor. Noitadas de copos nem pensar.

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Adenda ao post anterior

Quem disse que era fácil.

É muito, muito difícil. Percebermos que para curarmos umas coisas, ganhamos o prémio dos efeitos secundários da medicação, tão desagradáveis como noites inteiras sem conseguir pregar olho, ou enxaquecas que não nos deixam sequer manter os olhos abertos. É um dilema saber se com isto se ganha. Mas nesta fase é importante confiar nos profissionais.

Saúde Mental

Não tenham medo de se cuidar. Não sejam preconceituosos consigo mesmo. Agarrem-se ferreamente aos vossos valores. Ponham-se em mãos de quem sabe. Igual a uma gripe forte, a uma diarreia persistente. Procurem ajuda. Mantenham as paredes interiores caiadas de branco e as janelas da alma abertas de par em par.

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Flash

 




Dias a flutuar entre a beleza gratuita e exuberante da natureza, entre a importância enorme de uma brisa mais fresca em dias de calor doentio, entre essa qualquer coisa poderosa e ternurenta que existe nas plantas e nos bichos que não se afobam como nós, e são felizes. Dias de perda e de medo para tantos. Há sempre uma catástrofe a acontecer em qualquer parte, e o Verão já nem sequer é só tempo de gelados e praia. 

Ouvi alguem dizer que este é o Verão mais fresco de todos os Verões que nos resta por viver. 

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De volta

Para reflectir um bocadinho sobre estes tempos que vivemos. Sobre a maior parte das pessoas andar apressada, angustiada, azeda, com o vermelho sempre a piscar e com o gatilho sempre pronto ao disparo. Há uma falta gritante de alegria e amor nas pessoas. Há uma falta de lealdade que cheira a podre. Já deixei de pensar que a pandemia tem culpa. Acho que enquanto Humanidade estamos numa fase crucial de desenvolvimento e as depressões a vencerem as gentes são em definitivo a prova de que só vão sobreviver a estes tempos, os alegres e puros de coração. É um exercício difícil este de mantermos a nossa coluna emocional elegantemente posicionada. Não responder a gritos, a más palavras, a ingratidão, a raivas pequenas. São tempos fundamentais para praticar o silêncio, o riso alto, o respeito, o Amor-próprio.

Um dia bem perto, já nem vamos lembrar mais de tudo aquilo que nos aflige hoje.