"Na qualidade de socióloga, Michéle Lamont argumentou recentemente que os indivíduos das sociedades neoliberais pós-colapso económico se voltaram para a crença "de que têm de olhar para dentro, em busca da força de vontade necessária para se erguerem pelos seus próprios meios e resistirem à vaga de declínio económico". Esta crença tem consequências sociológicas importantes: não implica apenas o perigo de esvaziar o eu do seu conteúdo comunitário e politico, substituindo-o por uma autoatenção narcisista; na medida em que convence as pessoas de que a via de saída dos seus problemas é essencialmente uma questão de esforço e resiliência pessoais."

Edgar Cabanas e Eva Illouz, in A ditadura da felicidade

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