Já que a cidade me rouba o mar e o céu, sobra-me a copa grande das árvores.



No passado dia mundial da criança importa registar que sem ser a mãe perfeita - nem nada que se pareça - dei comigo a pensar que para resolver este mundo bastava que todas as crianças fossem amadas como eu amo a minha filha. Também refleti sobre o pouco tempo de qualidade que passo com ela. Sobre as tantas coisas novas e surpreendentes que ela já sabe e que não fui eu que lhe ensinei.
(...)

 

São tantas as sombras, e nem sempre são bonitas. Por vezes sinto que não vou conseguir aguentar o peso dos dias assim, da vida tal como a estamos a viver. Engulo açucares numa ansiedade triste, para tentar fechar uma fenda que me divide a alma, uma fenda que eu escondo de todos e que muitas vezes eu mesma finjo que não vejo. Ando tão sem luz, tão sem energia para espantar ruídos e pessoas-sombra para fora da minha caixa-mundo. Oh Deus, socorro.