O grande desafio tem sido olhar para os sinais. Olhar para fora. Num mundo que nos diz que o eu é a prioridade, que nos ensina todos os dias a arte das pequenas guerras inúteis, dos desassossegos múltiplos dos quais somos reféns.
O meu sonho em relação a mim mesma é aprender a arte do silêncio. Muito difícil. Ficar cada vez mais quieta em relação às tormentas. Deixar que a fúria alheia passe, como o vento, que há-de sempre ir dar a outros lugares.
A minha prioridade é a maternidade. Que me trouxe um olhar mais atento ao belo, à alegria, à magia das coisas quietas realmente importantes.
Hei-de sempre ser salva por uma erva que cresce na beira dos caminhos, por gatos-bebé a brincar em telhados de zinco numa tardinha cheia de sol, por um pássaro distraído a brincar em poças de água.
Nada é tão importante. Nem sequer nós o somos.